Assim como qualquer outro empreendedor, o profissional de psicologia que opta por atuar na área clínica precisa prestar o melhor serviço possível e lidar com a gestão do seu negócio. Isso inclui finanças e, consequentemente, publicidade para psicólogos.
Ter uma boa visibilidade, gerar mais procura, e manter os pacientes se torna parte do seu papel. Porém, é necessário seguir uma série de especificidades para não contrariar as regras do Código de Ética do Conselho Federal de Psicologia (CFP) em nenhum aspecto.
Da mesma forma que os médicos precisam seguir o Manual de Publicidade Médica, a divulgação na psicologia precisa seguir às normas de sua profissão.
Pensando nisso, este artigo foi escrito para que você tenha acesso a um Manual de Publicidade para Psicólogos, esclarecendo as normas do CFP de uma maneira mais prática e te ajudando a trabalhar sua propaganda sem ferir seu código de ética.
Capítulo 1
A importância da Publicidade para os Psicólogos
Na França da década de 70, para os recém formados em psicologia serem conhecidos era necessário publicar artigos próprios, além de recorrer ao famoso “boca a boca”. Como o principal objetivo dessas publicações era de impressionar, muitas pesquisas não tinham ligação com a prática do profissional, ou seja, seu efeito não era cumulativo, pois eram lidas e citadas geralmente uma única vez. Dessa forma essa situação não correspondeu às expectativas da contribuição para o campo da prática terapêutica.
Hoje em dia ainda é um grande desafio para o psicólogo promover seu trabalho, afinal seu foco é lida com pessoas que estão, muitas vezes, frágeis emocionalmente. Por isso é necessário manter a empatia, a ética , o profissionalismo e o sigilo necessários em qualquer abordagem dessa carreira.
É fundamental ter em mente que essa questão não tem a ver com sua capacidade profissional. A habilidade em divulgar seus serviços não é algo inerente à sua profissão, por isso não costuma ser trabalhada durante a formação do psicólogo. Sabemos que nas universidades o foco é a aplicação da psicologia e suas teorias mas, na prática, a propaganda se torna uma necessidade e, com isso, quando o assunto é destacar o seu potencial no meio on-line é normal temer ou não saber como fazer.
Visto isso, fica ainda mais evidente a importância de entender as principais regras de publicidade para psicólogos, sempre respeitando as regras do CFP para não sofrer nenhuma punição e ter uma presença on-line efetiva.
Capítulo 2
Regras do CFP na Publicidade para Psicólogos
As ferramentas on-line são formas de interação muito frequentes hoje em dia pelo fato de serem dinâmicas e, apesar de suas especificidades, isso não impossibilita a publicidade dos serviços de psicologia. Mas, seja off-line ou na internet, a propaganda deve se enquadrar nas orientações do Conselho Federal de Psicologia.
O artigo 20 do Código de Ética da Psicologia regula a publicidade afirmando que “o psicólogo, ao promover publicamente seus serviços, por quaisquer meios, individual ou coletivamente”:
Deverá (obrigatório):
- Informará o seu nome completo;
- O CRP e seu número de registro;
- Fará referência apenas a títulos ou qualificações profissionais que possua;
- Divulgará somente qualificações, atividades e recursos relativos a técnicas e práticas que estejam reconhecidas ou regulamentadas pela profissão;
Não deverá (proibido):
- Utilizar o preço do serviço como forma de propaganda;
- Fazer previsão taxativa de resultados;
- Fazer autopromoção em detrimento de outros profissionais;
- Propor atividades que sejam atribuições privativas de outras categorias profissionais;
- Fazer divulgação sensacionalista das atividades profissionais.
Além das orientações acima, aqui vão algumas dicas que você, profissional da psicologia, deve estar atento e ter cautela:
- Tenha um público-alvo definido:
Na tentativa de atender de modo “geral” e atrair mais clientes, o psicólogo corre o risco de passar a impressão de não ser especializado em nenhum assunto e o resultado acaba se tornando o contrário do esperado. Portanto, descobrir com qual público você irá trabalhar e direcionar atenção para ele é extremamente importante para ter mais chances de atingir suas metas.
Com um público-alvo bem estabelecido, será mais fácil conquistar reconhecimento em determinada área e maiores serão as chances de tornar o seu nome uma referência no mercado.
2. A autodenominação de “doutor” :
Esse é mais um ponto que o profissional deve estar atento pois também é uma inadequação muito comumente encontrada na publicidade dos profissionais de psicologia. Mesmo que ente médicos, advogados e até fisioterapeutas haja uma espécie de “direito adquirido” de ser chamado assim, na verdade, Doutor é um título direcionado especificamente para aqueles que obtiveram a titulação acadêmica, ou seja, cursaram doutorado. O Código de Ética orienta que é proibido ao psicólogo o uso de títulos que não possui.
3.Mídias sociais
Atualmente, a presença de psicólogos nas redes sociais tem se tornado cada vez mais comum. Porém, o profissional precisa ter cautela e se certificar que não haverá nenhuma situação de exposição de pacientes, o que seria totalmente inadequado, já que “é dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional.”(Artigo 9º do Código de Ética)
4. Atendimento on-line
Já faz alguns anos que o atendimento psicológico online é uma realidade no Brasil, depois de ter entrado em vigor em diversos países, como Austrália, Canadá e Reino Unido. Com o foco nesse cenário, o CFP criou uma resolução fazendo com que o serviço seja prestado com ética e assegurando a sua fiscalização.
Dessa forma, cada profissional precisa realizar o cadastro no site do CFP e preencher um formulário com seus dados pessoais e profissionais, o serviço que será prestado, entre outras informações. Outro fator que precisa ser levado em consideração é a descrição dos cuidados que precisam ser tomados em relação ao sigilo do paciente.
Ultimamente com a vida corrida, as pessoas começaram a recorrer a essa facilidade que é o atendimento psicológico on-line. Pacientes que carecem de um bom profissional e moram longe ou até mesmo estejam viajando, podem dar continuidade às suas sessões de forma simples e econômica, tanto para a pessoa que está sendo consultada, quanto para o psicólogo.
Aqui no Brasil, diante da pandemia do novo coronavírus no início de 2020 o Conselho Federal de Psicologia publicou um comunicado com o objetivo de agilizar a prestação de psicoterapia on-line e, assim, permitir que ela chegasse a mais pessoas.
Porém, nem todos os pacientes pode ser acompanhados por meio de tecnologias de comunicação. O atendimento on-line não é autorizado em casos de:
- Crianças e adolescentes sem autorização prévia de um e seus responsáveis legais;
- Pessoas e grupos em situação de urgência e emergência, exceto para fornecer suporte técnico às equipes presenciais;
- Pessoas e grupos em situação de violação de direitos ou de violência.
5.Sociedade Brasileira de Psicologia
Há mais de cinco décadas, a SBP (Sociedade Brasileira de Psicologia) tem trabalhado para o desenvolvimento da Psicologia sendo uma entidade civil sem fins lucrativos, sem vinculações políticas, religiosas ou ideológicas. Sua sede e foro no estado de São Paulo, tem realizado Reuniões Anuais a partir de 1999 em diferentes cidades do país.
Ao se associar à SBP você poderá ter acesso aos ebooks de autoria de sócios, publicações de trabalhos científicos de alta qualidade, direcionadas especialmente a estudantes, profissionais e pesquisadores da Psicologia.
Principais vantagens em ser um associado:
Divulgar suas publicações no site e redes sociais da SBP;
Ter o nome indicado para entrevistas;
Acessar boletins informativos com notícias sobre a SBP e os principais eventos da área realizadas no Brasil e no mundo.
Apesar de não ser obrigatório, incluir o selo de associado SBP em seu site garante mais valorização e reconhecimento da sua profissão. Mas vale lembrar que não é esta a entidade que rege a profissão de psicólogo no país, e sim o CFP.
Capítulo 3
Penalidades e a COF
A COF (Comissão de Orientação e Fiscalização) é uma comissão responsável por fiscalizar e orientar os psicólogos e a sociedade sobre a conduta ética e a legislação profissional ligadas à psicologia.
Além de receber denúncias, as encaminha, quando necessário, para análise da Comissão de Ética. Em alguns casos, dependendo da divulgação inadequada de seu trabalho, por meio de anúncios, de programas ou por qualquer outra ferramenta social on-line, você estará sujeito a sofrer um processo ético que pode levar à perda do registro profissional.
O texto do Conselho Federal de Psicologia determina punições delimitadas aos psicólogos que venham a descumprir as regras definidas para a propaganda com segue:
Art. 21 – As transgressões dos preceitos deste Código constituem infração disciplinar com a aplicação das seguintes penalidades, na forma dos dispositivos legais ou regimentais:
- Advertência;
- Multa;
- Censura pública;
- Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia;
- Cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia.
Capítulo 4
Não esqueça do CRP!
As normas do Conselho Federal de Psicologia (CFP) são de nível federal, então valem para todo o Brasil. Porém, cada região possui seu Conselho Regional de Psicologia (CRP), com algumas regras específicas. Ou seja, o psicólogo precisa estar atento a todas as normas, tanto federais quanto regionais.
Ao todo são 24 regiões que contém CRP e estão espalhados por todo o país. O site do CFP contém uma lista onde é possível acessar o site, telefone e endereço de cada um deles.
É possível sim divulgar o seu trabalho para ajudar mais pessoas e fazer o seu consultório ter sucesso! Basta estar atento a todas as normas e recomendações do conselho, assim você não terá problemas.
Em caso de dúvidas, fique a vontade para comentar!
Obrigado pelo conteúdo, de grande valia.
Criei uma marcar dentro do atendimento infantil “projeto brincar e crescer”, como forma de ter visibilidade no Instagram com o foco voltado para a psicoterapia infantil. Pretendo divulgar o Instagram enviando um kit para algumas pessoas da minha cidade, convidando essas pessoas a conhecer o Instagram, não sei se isso é legal ?? ao meu ver sim, pois farei a divulgação apenas do Instagram. Alguém tira minha dúvida …